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30 de março de 2011

Proposta de Trabalho Nº2

Nesta proposta temos de desenvolver três composições baseadas em tipografias, associadas ao heterónimos de Fernando Pessoa: Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos.

Texto de Ricardo Reis:


"Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
                                       Pagã triste e com flores no regaço."


Palavras caracterizantes: tranquilidade, felicidade, apatia, carpe diem, eferemidade, ausência de paixão e liberdade.

Exemplos de trabalhos de anos anteriores:




 Texto de Alberto Caeiro: 
  
"Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
  Que traçam linhas de cousa a cousa,
  Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
  E desenham paralelos de latitude e longitude
  Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!"

Palavras caracterizantes: natureza, sensações, paganismo, desvalorizaçao do tempo, recusa do pensamento; do mistério e do miticismo.

Exemplos de trabalhos de anos anteriores: 


Texto Álvaro de Campos:


"Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r-r eterno!
 Forte espasmo retido dos maquinismos em fúria!"


Palavras Caracterizantes: Tédio de viver, elogio à civilização industrial e da técnica, excesso das sensações,   masoquismo, cansaço, angústia existencial.

Trabalhos de anos anteriores: 











TIPOGRAFIAS FEITAS PELO GRUPO:


Alberto Caeiro:

Para a elaboração deste trabalho foi preciso algum tempo, foi bastante demorado, aliás.
Foi uma proposta com alguma complexidade e, também, alguma imaginação e paciência.
Decidimos começar com o “guardador de rebanhos”, Alberto Caeiro. Como excerto deste heterónimo tínhamos:

"Tristes das almas humanas, que põem tudo em ordem,
Que traçam linhas de cousa a cousa,
  Que põem letreiros com nomes nas árvores absolutamente reais,
  E desenham paralelos de latitude e longitude
  Sobre a própria terra inocente e mais verde e florida do que isso!"




Alberto Caeiro é o poeta da visão, da natureza. Rejeita o pensamento, os sentimentos, a linguagem.
A tipografia feita para Alberto Caeiro é muito relacionado com a natureza e com a simplicidade ( poeta da simplicidade).
Para a elaboração desta composição tinhamos por base um poema que enaltece a Natureza. Caeiro fala com desdém da ordem e de quem tenta dar "sentido" às coisas naturais.
Por isso decidimos destacar a natureza, através da folha presente e das cores utilizadas nos versos em circulo. O verde que representa as àrvores, relva, etc, e o azul que representa a água. Dois aspectos fundamentais na natureza.
Escolhemos também um poema “Estou lúcido como se nunca tivesse pensado”. A escolha deste poema recaiu sobre a importancia que Caeiro dá em ver de forma objectiva e natural a realidade (mais uma vez o simplismo tipográfico), com a qual contacta a todo o momento, o seu desejo de integração e de comunhão com a natureza, a observar o mundo.
O tipo de letra escolhido é simples, sem serifa, fiel à filosofia objectiva do poeta segundo a qual este se regia.
Em suma, o simplismo foi o grande conceito a ser trabalhado.




Ricardo Reis

Passámos para Ricardo Reis, o poeta clássico:

"Ser-me-ás suave à memória lembrando-te assim - à beira-rio,
 Pagã triste e com flores no regaço."



Ao contrário da tipografia realizada para Caeiro, esta transmite mais confusão, mais movimento, pois Ricardo Reis considera que nunca se consegue a verdadeira calma e tranquilidade, daí a junção do R com o pequeno texto dentro do círculo.
As palavras “ataraxia”, “Carpe Diem” e o verso “sem ceder aos impulsos dos instintos” estão juntos por uma simples razão: a busca da felicidade relativa é alcançada pela indiferença à perturbação, mas defende o prazer do momento, como caminho da felicidade, mas sem ceder aos impulsos dos instintos.
A palavra “ataraxia está em grande relevo pois a simboliza a grande confusão do círculo, é de reparar que algumas letras do texto não se conseguem ver; a famosa frase em latim “Carpe Diem”, está virada ao contrário como representação do “vive o momento”, sem consequências; o tipo de letra foi escolhido devido a “marcar” o tempo de existência desta expressão.
O verso está em letras pequenas como se fosse um aviso, um recomendação/ informação que está em letras pequeninas e ninguém as lê, neste caso, com a recomendação de que a confusão e o “viver o momento” não fazem mal, mas que é preciso ter cuidado.
Os versos em cima representam o outro lado deste heterónimo, ou seja, o circulo no meio está a dividir as duas faces de Ricardo Reis.
As expressões “suaves à memória” e “pagã triste” estão em relevo, pelo simples facto de que apesar de toda a confusão, as suas ideias são lúcidas e que tem crenças.
Mais uma vez o uso da cor não está presente, mas é mais complexa do que a tipografia de Caeiro.



Álvaro de Campos



Este heterónimo teve várias fases na sua poesia. Uma das fases de Álvaro de Campos foi a do Futurismo, caracterizada pelo elogio da civilização industrial e da técnica.
A ideia do grupo foi transformar os versos em rodas e engrenagens para dar a ideia do surto industrial descrito por Campos. A espiral e os pequenos círculos em baixo representam a evolução técnica e os “R’s” dão a sensação de barulho quando a máquina esta a trabalhar.
As letras garrafais na espiral simbolizam o modernismo, a industrialização. Fazem lembrar as máquinas de escrever ou até os caracteres usados na impressão de jornais.


Em suma, as três tipografias ilustram aquilo que caracteriza os heterónimos de Fernando Pessoa, transmitindo ideias, sensações… 



26 de março de 2011

Tipografia ao longo dos tempos...

A Escrita Cuneiforme


A escrita suméria, grafada em cuneiforme, é a mais antiga língua humana escrita conhecida. 


Escrita cuneiforme é a designação geral dada a certos tipos de escrita feitas com auxílio de glifos em formato de cunha. É, juntamente com os hieróglifos egípcios, o mais antigo tipo de escrita, tendo sido criado pelos Sumérios na antiga Mesopotâmia por volta de 3500 a.n.E.


Inicialmente a escrita compunha-se de marcas simples, depois de pictogramas, depois as formas tornaram-se mais simples e abstractas. Os primeiros documentos eram gravados em tabuletas de argila, em sequências verticais de escrita, e com um estilete feito de cana que gravava traços verticais, horizontais e oblíquos. Em breve, tornou-se comum o uso de linhas. (grid system!)


Egípcios e Fenícios

No Egipto, por volta de 1500 a.n.E., fora estabelecido um alfabeto fonético com 23 ou 24 caracteres, representando consoantes.
Contudo, os egípcios, mais interessados no aspecto mágico que no aspecto funcional da escrita, nunca substituíram os hieróglifos pelos glifos fonéticos que tinham desenvolvido e aperfeiçoado – preferiram usar uma escrita com forte redundância, que combinava caracteres alfabéticos com hieróglifos.
Por volta de 1000 a.n.E, os fenícios, marinheiros e comerciantes com sentido prático, receberam o alfabeto egípcio e adoptaram-no gradualmente até assentar aquele que seria a base de todos os alfabetos usados actualmente no Ocidente e para as línguas indo-europeias.


Os diligentes fenícios tinham reconhecido a superioridade de um alfabeto fonético sobre os complexos sistemas de escrita baseados em pictogramas.

Gregos

Os Gregos importaram o alfabeto fenício, ao qual adicionaram as suas vogais. A versão usada em Atenas, o chamado alfabeto jónico, foi o padrão de referência para a Grécia clássica.

O alfabeto grego deriva duma variante do semítico, introduzido na Grécia por mercadores fenícios. Os gregos adaptaram alguns símbolos fenícios sem valor fonético em grego para representar as vogais.
Este facto fundamental tornou possível a transcrição fonética das línguas europeias.













Das variantes do alfabeto grego, as mais importantes eram a ocidental (calcídica) e a oriental (iónica).

Romanos

 Assimilaram os mais diversos elementos culturais estrangeiros e adaptaram o alfabeto

  • Grego/Etrusco à sua língua e fonética;
  • Com o aperfeiçoamento das ferramentas de trabalhar a pedra desenvolveram-se as terminações designadas de patilhas ou serifas;
  • Não só desenvolveram o “Nosso” alfabeto com os seus valores fonéticos, como a forma das letras, estética e as relações recíprocas: espacejamentos; entrelinhamentos…;


Desenvolveram vários estilos de letra:

1. Capitalis Quadrata (versais cinzeladas em pedra; lápides…);
2. Rústica;
3. Cursiva (documentos em papiro et al.);
4. Uncial (Utilizada na Idade Média e é a evolução da Capitalis Quadrata mais
arredondada… Utilizada por Escribas Latinos e Gregos

Da Renascença à Actualidade 


  • Garamond (1490/1561)









  •  Times New Roman (1932/1972): Jornal Times of London.
Desenvolvida por Stanley Morison.




  •  Art-Nouveau (1914-1920)








24 de março de 2011

Tipografia

O Que É?




“Tipografia é transformar um espaço vazio, num espaço que não seja mais vazio. Isto é, se você tem uma determinada informação ou texto manuscrito e precisa dar-lhe um formato impresso com uma mensagem clara que possa ser lida sem problema, isso é tipografia.”
                                                                                                                             Wolfgang Weingart

Links.Utéis.:

Vídeos:




Imagens:







Técnicas da Comunicação Visual

As técnicas visuais oferecem ao designer uma grande variedade de meios para a expressão visual do conteúdo. Existem como polaridades de um continuum, ou como abordagens desiguais e antagónicas do significado.
As técnicas visuais não devem ser pensadas em termos de opções mutuamente excludentes para a construção ou análise de tudo aquilo que vemos. As técnicas visuais são combináveis e interactuantes em sua utilização compositiva.
Seria impossível enumerar todas as técnicas disponíveis. Porém, mesmo com essas limitações, cada técnica e seu oposto podem ser definidos em termos de uma polaridade.



    EQUILÍBRIO                                          INSTABILIDADE



SIMETRIA                                                    ASSIMETRIA




REGULARIDADE                                  IRREGULARIDADE






SIMPLICIDADE                                             COMPLEXIDADE




UNIDADE                                                  FRAGMENTAÇÃO






ECONOMIA                                                                   
                                                                 PROFUSÃO











MINIMIZAÇÃO                                             EXAGERO










PREVISIBILIDADE                                      ESPONTANEIDADE




ACTIVIDADE                                                  ÊXTASE




SUBTILEZA                                                    OUSADIA




NEUTRALIDADE                                                  ÊNFASE




TRANSPARÊNCIA                                             OPACIDADE




ESTABILIDADE                                             VARIAÇÃO






EXACTIDÃO                                                  DISTORÇÃO




PLANURA                                                 PROFUNDIDADE









SINGULARIDADE                                      JUSTAPOSIÇÃO








SEQUENCIALIDADE                                          ACASO

AGUDEZA                                                      DIFUSÃO




REPETIÇÃO                                           EPISOCIDADE




                                      






Links:


http://www.fatecjp.com.br/Tecnicas%20de%20Comunicacao%20Visual-texto.pdf

http://www.fortium.com.br/faculdadefortium.com.br/moacir_macedo/material/8555.pdf